segunda-feira, 8 de outubro de 2012

jeje mahi

A floresta é habitada por árvores centenárias gigantes, e estátuas de divindades Fon.
Heviosso, Dan, Sakpata.
E também os Vodus reais como Dâguessou, protetor do rei Ghézo, com seus poderes contidos em pequenas cabaças, fetiches em forma de bracelete.
À entrada, o grande Legba figura numa expressão profana sob os irokos centenários.
Uma imensa árvore de Iroko é atribuída como o refugio do rei Kpasse, o fundador de Uidá.
Kpasse governou por volta de 1530 e fundou a religião dos vodus.
Conforme se conta a lenda, o rei Kpasse nunca morreu, mas transformou-se numa árvore de Iroko.
Essa foi a maneira que encontrou para defender-se dos inimigos.
Kpasse Zoume ou floresta sagrada do rei Kpasse, é o local onde residem todas as forças do Vodu.
boas ou ruins, antigas ou atuais, distantes e locais.
Foram quase destruídas durante o velho governo marxista, mas essa área está sendo revitalizada com novas esculturas de deuses do vodu, doadas pelo governo atual.
No período entre 1530 e 1580, Kpasse tornou-se o segundo rei de Savé (localizada a nove quilômetros de Uidá) e também o fundador de Uidá.
Lenda
Quando soube que seus inimigos estavam planejando mata-lo, alertou seus dois filhos, dizendo que apesar de ser eterno ele iria desaparecer um dia.
E que se acontecesse dele não deixar o seu quarto antes do por do sol, seus filhos não deveriam abrir a sua porta, mas saberiam que ele havia partido.
Após nove dias eles receberiam um sinal especial de seu pai, que ao ser decifrado, protegeria suas famílias para as gerações vindouras.
Logo que o rei desapareceu em Savé, sua família viu um pássaro que nunca tinham visto antes.
Ele os levou para a floresta sagrada em Uidá. Ao pisar no chão sagrado da floresta, o pássaro se transformou em duas panteras que rugiam um macho e uma fêmea.
A família ficou amedrontada até ouvir tranquilizada a voz do rei.
Ele deixou uma mensagem importante: se em alguma circunstância eles estivessem em apuros, deveriam vir a te a floresta e rezar para uma determinada árvore de iroko que abrigava a sua alma.
Naquele tempo a arvore era apenas um broto. Hoje ela está atrás das ruinas da velha casa da administração francesa, na floresta sagrada, e abandonada porque os espíritos eram "muito fortes" para os franceses.
Perto da árvore encontram-se altares que ainda são usados, incluindo um pote de barro, junto ao iroko onde reside o espirito do rei Kpasse.
Hoje esse símbolo associado com o vodu do rei Kpasseé, é um segredo, conhecido apenas por seus descendentes diretos
Agajadossú, divindade protetora da família real do Daomé.
Agajadossú, Agassú, Agassou também conhecido por Ati-A-Sou é uma divindade que protege as antigas tradições do Daomé.
Ele foi um herói mítico que fundou a linhagem Kpòvi, (os filhos do leopardo), uma seita constituída pelos membros da Sociedade do Leopardo.
Agajadossú ou Agassou foi gerado pela princesa Alìgbonon após o encontro amoroso com esse animal.
Tadô, a cidade desse rei, fica às margens do Rio Mono, no atual Togo.
O nome Agajadossú significa bastardo.
Seus irmãos também geraram semideuses.
Seus descendentes fundaram os reinos de Allada, Abomé e Porto Novo.
Essas cidades constituíram as bases do reino do Daomé.
Agajadossú é reverenciado nesses três centros urbanos, mas seu principal local de culto está em Abomé.
Ali reside o Agassunon, sumo-sacerdote que chefia os cultos dentro da cidade.
Seu emblema é o leopardo, cuja pele também faz parte das insígnias reais.
Seus iniciados são chamados de Hogbonutó (nativos de Hogbonu em Porto Novo), local de origem do culto de Agajadossú.
A sua linhagem continua viva e os trajes reais ainda se usam nos dias de hoje pelos membros da Sociedade.
Os homens que pertencem ao clã do Leopardo ainda preservam a linhagem de Agajadossú.
Seu escudo e sua lança, presentes que recebeu de seu pai mitico, foram conservados até os dias de hoje.
Agajadossú pode ser considerado o primeiro humano cuja ascendência como Vodun pode ser traçada
Quinto filho de Mawu.
Na mitologia Ewe-Fon, Agué é o Vodun das Folhas, Plantas, caça e das florestas, governa os animais e os pássaros.
É cultuado no hunkpame (altar) de Mawu-Lissá e seu fetiche é um montículo de barro que fica entre os dois.
Foi Agué quem ensinou aos homens os segredos das plantas e de todas as artes.
Ele também é o chefe de todos os Aziza, ou espíritos da floresta similares aos elfos ou gnomos das mitologias europeias.
Tem uma só perna, e às vezes também é representado com um único braço e um só olho.
Agué, encarna a inteligência e a sensibilidade do indivíduo para se adaptar à natureza.
Suas características o aproximam ao orixá Ossanha (deus das folhas), e Oxóssi (deus da caça dos iorubas
DaN
É o vodun da riqueza, bastante popular na Religião Fon. Representado por serpente que rasteja e se esconde na terra, mas que ascende ao céu na forma de arco-íris, sendo chamado pelo título completo de Dan Ayidohwedo. Ele é um Ayi-vodun, ainda que possa ser associado aos Ji-vodun, pois diz-se que ele transporta Heviossô até as nuvens para semear as chuvas benfazejas.
O culto de Dan é originário do província Mahi, no planalto ao noroeste de Abomei e, de fato, pode ser considerado o Tô-vodun, divindade nacional dos Mahi. No resto do país Fon, os noviços de Dan são chamados por isso de mahinu, e falam o dialeto mahi dentro do convento. No final da iniciação eles são chamados de lali, que têm somente metade da cabeça totalmente raspada ao término do processo de iniciação. O vodun Dan corresponde a uma família completa, onde existem 41 aspectos masculinos e femininos da divindade. Talvez por ser ligado à fertilidade e à riqueza, Dan possui muitos adeptos e iniciados que buscam suas benesses. Não pode ser confundido com Dangbê.
Conservam-se no Candomblé Jêje a lembrança da ligação com Mahi e alguns nomes como os de Gbèsén ("A que faz frutificar a vida" - aspecto feminino) e Jikún ("Semeador da chuva" - aspecto masculino).
VODUN GU
Na mitologia tribal do Daomé, atual Benim, Gu representa o deus da guerra e o patrono dos artesãos e ferreiros.
O filho de Mawu-Lissa começou como um simples operário e foi enviado para a terra para fazer tarefas estranhas como "tapar" algumas crateras, "ajeitar" oceanos que vazavam, e coisas desse tipo.
Os mortais ficaram muito gratos com essa ajuda e elevaram Gu a divindade.
Seus pais, Mawu-Lissa, lhe deram a incumbência de tornar a terra habitável para os humanos, uma tarefa na qual ainda está envolvido.
Ha indícios que o culto de Gu foi introduzido no sul do Daomé ao final do século XVII por ferreiros iorubás.
Com o tempo foi tornando-se bastante popular, sendo cultuado por todos, inclusive nos
altares de outros voduns.
O seu emblema é o gubassá, uma adaga metálica adornada com desenhos simbólicos e utilizada em diversos rituais, incluindo o culto de Fa.
Ha também uma adaga menor, o gudaglô, um fetiche usado para garantir a proteção contra os males que afligem seus filhos.
Sua imagem é frequentemente representada segurando estes dois facões, o gubassá na mão direita e o gudaglô na mão esquerda.
Gu é a denominação do orixá Ogum tanto no Ewe, Etnia do Togo como no Fon, Etnia do Benin.
Na língua fon a palavra "gu" significa ferreiro aquele que conhece e domina as artes do fogo, com características semelhantes a dos deuses romanos Marte e Vulcano.
Devido ao domínio da potencia do fogo, Gu é considerado um grande amante e símbolo de potencia sexual.
Por ser um vodun que não tem cumplicidade com o mal, é capaz de exterminar todos aqueles que agem de modo infame, característica expressa nos dizeres "da gu do", dos fons
Heviossô, Xêvioso ou Xêbioso é o Vodun do céu e se manifesta na forma de trovões e raios.
Ele é o segundo filho do Mawu sendo considerado um Vodun de justiça, que castiga ladrões, mentirosos, criminosos e malfeitores (incluindo feiticeiros e pessoas que praticaram alguma injustiça).
Os seus símbolos são o raio, o carneiro e o fogo, e seus emblemas são a cor vermelha, o sô-kpé ("pedra de raio") e o sossiovi (machado de uma lâmina com forma de cabeça de carneiro). Heviossô tem vários filhos, entre os quais Sogbô, Aklonbé e Avlékété.
O culto de Heviossô é originário do território Hwedá, ou seja, da mesma área de onde veio o culto de Dangbê, mais particularmente, da cidade de Hevié, a qual originou seu nome Hevié-Sô, o trovão ou fogo, de Hevié.
Posteriormente foi incorporando outras divindades locais do trovão, como Gbamé-Sô, do território Mahi,
tornando-se Gbadé, além de Djakuta, de origem iorubá entre outras que foram identificadas como "filhos de Heviossô".
Os iniciados de Heviossô trazem na testa uma marca feita durante a iniciação com escarificações e tatuagens feitas com cinzas de certas substâncias e pelo uso de uma gargantilha feita de algodão torcido (hunkan).
Em algumas regiões, seus iniciados ainda usam um colar de contas vermelhas de doze fios de contas (hunjevé).
Na cultura fon tradicional, quando uma pessoa morre punida por Heviossô (queimada em incêndio ou fulminada por um raio), seu cadáver não é enterrado imediatamente.
O corpo é exposto em um cavalete diante do hunkpame de Heviossô com dinheiro e presentes, e um sacerdote sai e "come" ritualmente o cadáver, tocando-o repetidamente com a mão direita e levando-a a boca.
Depois recolhem dinheiro e presentes e aspergem o cadáver com substâncias simbolicamente "calmantes".
Só então a família pode levar o cadáver para o funeral.
O processo pode demorar vários dias, ao longo dos quais a família pode acrescentar mais presentes para o templo
Aho gbo gbo ih Gbessen!

Bessem era um menino que atendia no reino de dahomé, filho de nanã e rei da cidade de mahin e mesmo assim sentia-se insatisfeito e foi consultar um bokonon . Ele ensinou um ritual para tornar-lo mais rico e poderoso deveria oferecer uma faca de ouro e quatro pombos brancos e muitos búzios.
Bessem obedecendo as ordens de Fá , pois se a fazer a oferenda mais nesta mesma hora , o rei de savalú mandou chama-lo para uma festa de todos os voduns, ele então recusou-se a atender o convite dizendo que só iria depois determinada a cerimônia.Sakpatá ficou enfurecido com a recusa de Bessem .
Quando Bessem retornou em sua casa , recebeu um chamado de Olocum , rainha de um pais vizinho , que necessitava de sua sabedoria para curar seu filho.
Fá foi consultado por Bessem que fez as oferendas necessárias e curou o filho de Olocum .
Em gratidão ela ofereceu a ele riquezas, cavalos , escravos e um lindo pano verde.
Retornando a casa com inestimável tesouro , Bessem foi visitar sei irmão Sakpatá rei da cidade de savalú , que muito se admirou .Quis saber sobre os presentes recebidos , Bessem contou da cura do filho de Olocum .
O rei que tinha uma rivalidade nata com quem quer que fosse , não queria ficar a baixo de Olocum.
Então ofereceu a Bessem uma roupa amarela muito preciosa e muitos e muitos outros presentes .
Foi assim que Bessem tornou-se rico e respeitado, e depois de um certo tempo Sakpatá resolveu dar seu reinado para bessen.

Saudação: Aho gbo bgo ih Gbesen. ( Arroboboi )

Elemento: Água.

Animal: Dan(cobra).

Ferramenta: Dan, Drakar.
Dà Làngàn Òtòlú é a forma que o Vòdún Òtòlú era conhecido na cidade de Savalú. Desde criança Dà làngàn mostrava as suas habilidades na caça e na arte de guerrear. Dà Làngàn foi criado para suceder o seu tio Ázáká. Diz a lenda que, quando Dà làngàn ainda um adolescente ficou perdido na floresta e foi cercado por um enorme Leopardo negro faminto. O jovem Dà Làngàn tinha o costume de tocar uma flauta de osso quando estava descansando na floresta. Esse instrumento pertencente a um Vòdún da mata ligado aos sons emitidos na floresta, Vòdún esse chamado de Àzízá, que é um adolescente que vive tocando a sua flauta de osso pelo meio da mata atraindo para dentro dela as pessoas não bem-vindas por ele. Assim quando o Leopardo o cercou, Ázízá tocou a sua flauta distraindo o Leopardo e com um ataque feroz, Dà Làngàn voou no pescoço do Leopardo e, com um punhal, cortou-lhe sua cabeça e bebeu seu sangue depois comeu algumas partes dele a fim de ter as mesmas habilidades. Assim Dà Làngàn, passou a ser muito respeitado mesmo ainda sendo um adolescente. O título de Òtòlú que significa ´´Chefe caçador de Savalú ´´ foi conquistado quando Dà Làngàn acabou com uma tentativa de invasão pelos Nago na floresta de Savalú, então seu pai o Rei Kúxòsú, deu-lhe o título de Òtòlú e no mesmo dia ele ganhou o comando dos Valutö( um grupo seleto de guerreiros caçadores que o próprio Òtòlú era membro e agora ele os comandava). Com o adoecimento de seu pai, Dà Zòjí seu irmão primogênito assumiu o trono e assim Òtòlú assumiria também os Zúncòtòlè. Quando Òtòlú assumi a liderança dos Zùncòtòlè ele ganha importância dentro do reino e principalmente dentro do clã Sákpátá pois, agora ele tinha uma função de captar alimentos da floresta e proteger o reino. Nesse tempo Ázáká, Otölú e seu primo Ázáwànì quando juntos em caçadas ou batalhas na floresta, eram chamados pelos inimigos e admiradores de Hùndèválú título dado aos grandes ancestrais Caçadores-Guerreiros da antiga dinastia de Savalú. Após a morte de seu pai e a posse em definitivo de Dà Zòjí ao trono, Dà Zòjí dá o comando do exército de Savalú para Dà Làngàn Òtòlú que, após o comando, constrói em um vilarejo perto da costa, um tipo de quartel dos Valutö e um centro de culto ao Vòdún Ázízá. Essa cidade ,depois de sua morte, foi o primeiro local de culto ao grande Guerreiro-Caçador de Savalú conhecido como Òtòlú ou simplesmente por sua velocidade e ferocidade como Tòlú-Tòlú o Guerreiro que não erra. Por ter sido cultuado primeiramente em Dàgbá e, o mesmo que gostava de tocar a sua flauta debaixo de uma árvore com o mesmo nome de Dàgbá, sua fava de iniciação é o fruto da árvore Dàgbá. Na parte litúrgica do culto Vòdún Òtòlú é responsável pela a fartura alimentícia e segurança das casas de culto próximas a florestas, em qualquer ato de colher ou caçar na floresta Òtòlú deverá ser consultado juntamente com Ázízá. Na cerimônia do Grá, Òtòlú tem a função de proteção aos neófitos quando os mesmos entram na floresta. Vòdún imprescindível nas feituras dos neófitos no Ásé do Kpò Dàgbá, pois ele é peça fundamental em uma cerimônia chamada Ámátítè.

Saudação: Aho gbo gbo ih otolú, ilo voduo da cya zumê.

Simbolo: Brajá, lagdibá e o drakar.

Ferramenta: Uma flauta de osso, um arco e flecha e a piá(nome das lanças usadas pelos voduns)
Yewa andava pelo mundo,

procurando um lugar para viver.

Yewa foi até a cabiceira dos rios

iai junto as fontes e nascentes escolheu sua morada.

entre as águas Yewa foi surprieendida

pelo encanto e a maravilha do Arco-íris.

e dele Yewa loucamente se enamorou.

Era Bessen que a encantava.

Yewa casou-se com Bessen

e apartir daí vive com o arco-íris,

compartilhando com ele o segredo do universo.

Saudação: Hirro Yewa.

Ferramenta: Drakar, Dan(cobra), piá(lança usada pelos voduns).

Simbolo: Brajás e Laguidbás

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Olooke, Oloroke, Orisa-Oke


 Entre os Orisa e os Ebora existe um chamado Orisa-Oke.


...
Entre todos os oke existe um mestre muito importante de nome Oloke, o dono e senhor das montanhas e anteriormente existiam vários outros Oke junto com ele. Eles também são muito importante e não se deve brincar com eles, pois são a justiça acima de qualquer coisa. Sua importância se deve muito ao fato de que todos os orisa que chegaram no tempo da criação, desceram na terra por intermédio de Oloke, pois Oke foi a primeira ligação entre òde-orun e òde-aiye, sendo que ele foi a primeira terra firme, uma montanha que elevou-se do fundo do mar a pedido de Olodumare e com a ajuda de Oroina (não confundir com Oraniyan) e resfriada por Olokun..

Conta o mito dos tempo da criação que no principio do mundo, só reinava Yeye Olokun, a deusa do oceano avó de Ya Olokun e bisavó de Yemoja, e Olodumare, o deus supremo estava aborrecido com tanta monotonia de só haver água cobrindo tudo, então ordenou a Oroina, o fogo universal, matéria de origem do sol, a lava vulcânica contida nas entranhas da terra, a fazer surgir com a força vital da existência que lhe deu Olodumare a primeira colina do fundo do mar que cresceu em forma de um vulcão em erupção lançando lava que Oroina, com a ajuda de Oloke, Aganju, e Igbona, traziam das profundezas da terra e que eram resfriadas por Olokun. Foi assim que nasceu Oke, a montanha, divindade que também é conhecida como Oloke, o dono e senhor da montanha.

Logo Olodumare, o universo com todos os seus elementos, reuniu todos os demais orisa funfun em Oke e determinou a cada um o seu domínio na criação da vida.

Chegaram primeiro Obatala e Yemu (Oduaremu)

Após a chegada de Obatala e sua esposa Yemu chegaram os outros orisa funfun sendo um muito especial Akafojiyan que com seu irmão Danko (ou Ndako) encabeçou os demais vindo a frente e este ultimo passou a habitar os bambuzais branco. Chegaram Ogiyan, Olufon, Osafuru, Baba Ajala, Olufande, orisa Ikere e todos os demais orisa funfun.

Após a chegada dos orisas era a vez dos Ebora que tendo à frente o ebora losiwaju, Ogun Alagbede Orun o Ogunda Osi e os demais ebora e a cada um foi dada por Olodumare uma função na terra.

Sem Oloke nenhuma divindade teria chegado na terra e sendo ele a primeira terra firme, sempre se deve recorda-lo e fazer-lhe oferendas, pois o que aconteceria se ele resolvesse voltar para Okun. Epa mole.

Oloke é a colina, tudo que é elevado e alto, a lava vulcânica também lhe pertence e é a divindade de todas as montanhas da terra, sendo ainda a força e o guardião de todos os orisa, é inseparável de Obatala e muitas vezes fala por sua boca, é por isto que quando se inicia um Osala velho deve-se por uma criança para cria-lo em virtude de Oloke ser um menino a criança o representaria perante Obatala na iniciação. Obatala e Olofin moram ao lado de Oloke no alto da montanha.

A arvore Ose (Baoba) é também sua representação e seu arbusto de culto, pois a grandiosidade do Baoba, sua altura, sua magnitude, a idade de até 6000 anos que pode viver, sua solidez faz dela a arvore escolhida por Oloke para seu culto. No Brasil por existirem poucos Baoba passou-se a cultuar Oloke ao pé da gameleira branca que serve de culto também para Iroko, mas um orisa não tem nada em haver com o outro e é bom lembrar que a arvore Iroko também não existe no Brasil e a gameleira lhe foi adaptada para o culto da divindade cujo verdadeiro nome é Oluwere, nome que poucos conhecem no Brasil, onde o orisa tomou o nome da arvore onde é cultuado.

As oferendas de Oloke consistem em carneiros, galos, conquem, pombos, certa espécie de peixe, feito de uma maneira especial e boi, come ainda amala, feito também de maneira especial, certa espécie de feijão, eko, e milho branco e sua comida principal são folhas recozidas de Oniapaja, sempre com muito cuidado uma vez que Oniapaja é altamente urtigosa. Em épocas difíceis na África lhe era oferecido nos tempos antigos, a exemplo de muitos orisas um ser humano ainda criança ou ainda recém-nascido e em certos lugares de culto existiam mulheres que geravam filhos para serem ofertados ao orisa e eram escolhidas aquelas que geram mais gêmeos pois nas aldeias em que ele era cultuado quando acontecia o nascimento de gêmeos um deveria ser sacrificado para o orisa e o outro seria consagrado a ele. Atualmente esta pratica foi abolida e não se tem noticia se no Brasil chegou a ser praticada.

Em pesquisa de campo, segundo o Antropólogo Andrew Apter, Phd da Universidade de Chicago, e que presenciou o festival de Oloke em Ayede Ekiti, declara pelo que pôde ver que este orisa é muito próximo de Obatala. Seus ewo são os mesmos de Obatala. Na África, até os dias atuais este orisa é tido por muita importância sendo muito temido e seus festivais anuais, o “SEMUREGEDE”, atraem grande numero de fieis e estes acreditam que Oloke trará prosperidade e paz pelo ano todo. Seus ritos são sete e dois deles são os pontos culminantes que é a oferenda no arbusto na floresta sagrada e sua saída á rua acompanhado de seus adoradores onde as pessoas prostram-se com a cabeça no chão em sinal de grande respeito e temor perante um orisa tão poderoso. Os não iniciados escondem-se dentro das casas e as mulheres grávidas assim como crianças que não fazem parte do Egbe devem esconder-se em casa. O “Apenon”, cargo da casa de Oloke, é quem sai à sua frente empunhando um grande atori ou Isan com o qual ele afasta as pessoas e abre o caminho para que o orisa passe. “Aboke” outro cargo da casa de Oloke e que raramente aparece em publico tendo apenas função interna neste dia poderá acompanhar o cortejo e será a única vez que estará em publico. Baba Elejoka é aquele que pode dirigir-se a Olooke e conversar, fazer pedidos a ele.

Nota:- No “Ase Oloroke de Bauru este ritual é vivido todos os anos quando acontece o grande festival “OJOKEREGEDE” em honra a Oloke onde podemos ver Olooke Ijero, a qualidade de Oloke da casa e seus Oyes num grande festival.

Oloke é o guardião de muitos povos no Ekiti, e lá estão localizadas as maiores rochas onde se praticam seu culto. As mais notáveis destas rochas e montes ficam nas cidades de Okiti- Efon, Ikere-Ekiti e Okemesi-Ekiti. Nobres entre eles são os montes de Okiti-Efon no limite ocidental com o estado de Osun e próximo a Osogbo, Ikere-Ekiti na parte sul, e montes de Ado-Ekiti na parte central. Mais um detalhe que deve ser citado é que a palavra Ekiti vem de “Okiti” [Ok(e)iti] e quer dizer montanhas esplendorosas.

A lenda da criação continua:-

Quando tudo já estava funcionado com cada orisa e ebora com suas funções sendo executadas eis que Olokun julgou que havia sido prejudicada perdendo espaço para as outras divindades e então Olokun resolveu retomar o espaço que ocupava anteriormente invadindo as terras. Muitos seres que já haviam sido criados morreram com ira de Olokun.

Olodumare vendo o que estava acontecendo novamente deu ordens a Oroina, Aganju, Igbona e Oloke para que fizessem uma cadeia de montanhas que isolasse Olokun em seu espaço e assim com a força destes orisas as montanhas isolaram Okun mas Olokun insistia em invadir desafiando assim as ordens de Olodumare . Olodumare enfurecido condenou Olokun a viver nas partes mais profundas do Oceano e ainda a acorrentou dando a ela um mensageiro que era uma grande serpente marinha de tamanho nunca antes visto. E deu a Olokun uma Ilha onde sua mensageira viria receber as oferendas para levar até Olokun. Após muito tempo nesta situação, já com a terra e a criação reconstruída, Olokun pediu a Olodumare que a deixasse livre mas os seres que viviam na terra deveriam lhe fazer uma oferenda diária de um ser humano em troca do espaço perdido e que lhe pertencia. Olodumare julgou justo e concordou mas ela deveria permanecer no fundo de Okun e apenas de tempos em tempos poderia vir à superfície em sua ilha e quanto às oferendas diárias, seria a grande serpente, sua mensageira quem lhe entregaria e escolheria a vitima do sacrifício.

É por isto que até os dias de hoje todos os dias o mar leva um ser humano e por vezes vários, mantendo assim Olokun apaziguada.

Com a invasão de Olokun os primeiros seres que haviam sido criados foram todos tragados pelas águas, mas estes primeiros seres eram defeituosos e mal acabados pois eram as primeiras experiências dos orisas que puderam então fazer seres mais aprimorados que desenvolveram as civilizações.

Oloroke (Oloke) apaixonou-se por Olokun e desta união nasceu “Ye ye Yagba Efon”, que criou a água doce formando assim o primeiro curso d’agua que mais tarde passa a ser chamado de Rio Osun numa clara homenagem a Efon que o criou. Osun = Osoun = aquela que é próvida de muita beleza.

Oloke criou vários lugares para sua adoração, mas sua cidade principal foi Okiti Ikole onde era adorado em um grande Ose (baoba). O Okiti, atualmente estado de Ekiti, é seu grande celeiro.

Conta um outro itan, do odu Ejiogbe, que o Oloke vivia pacificamente com seu povo na cidade de Ikere e de repente apareceu Esu para avisar que as tropas de Ifé estavam a caminho da cidade para uma invasão. O rei Oloke foi ao Babalawo da cidade e o odu que surgiu foi Ejiogbe determinando que Oloke fizesse um ebó de 16 feixes de búzios acompanhados de 16 peixes, 16 galos, 16 galinhas um carneiro que tivesse o chifre com a ponta para o alto e um cabrito. O cabrito deveria ser sacrificado na porta da cidade para Esu o portador da mensagem. O carneiro deveria ser sacrificado à arvore Ose que havia na praça da cidade e os outros ingredientes em volta da cidade em 16 pontos diferentes com o sacrifício dos galos e galinhas. Seus súditos não deveriam usar nenhuma arma, apenas deveriam esperar na praça da cidade pacificamente. E foi o que Oloke fez, após a conclusão do ebó prescrito sentou-se no centro da praça em frente a grande arvore Ose acompanhado de toda sua gente e esperou pacientemente a chegada dos invasores.

Quando os invasores chegaram, um grande barulho se ouviu, a terra estremeceu e uma grande pedra de nome Osunta

cresceu e levou o povo de Oloke para as alturas onde não podiam mais serem alcançados pelos invasores. Quando seu povo estava seguro no alto da montanha, Oloke se transformou em lava vulcânica e desceu montanha abaixo acabando com seus inimigos. Nesta montanha Oloke ficou conhecido pelo nome de Oloosunta, a divindade tutelar da montanha Osunta.

Existe um cântico do orixá que lembra bem esta passagem:-


O Lor(i)ekun Omo dide

Wara wara

Si (o)ke si (o)ke

E lorekun lorekun

Wara wara si (o)ke si (o)ke

Lorekun lorekun

Lorekun omo dide

Os filhos estão em pé

Ele (Oloke) pegará a presa

Rapidamente a montanha se abrirá (como um vulcão)

Ele pegará a presa, pegará a presa

Rapidamente a montanha vai se abrir

Ele pegará a presa, pegará a presa

Seus filhos estão em pé (a salvo)

Os Oke são muitos, Oloke é o mestre de todos e entre alguns podemos citar:- Oloroke, Oke Olumó, Oke Badan, Olookuta, Oloosunta, Ori Oke, Oke talabi, Olota, Oba Oke, Arira Oke, entre outros.

Oloke é o orisa que se encanta em um leão, o leão da montanha, “Ekun Oke” e quando furioso desce a montanha em forma de lava vulcânica e destrói tudo que encontra em seu caminho pois o vulcão também lhe pertence e Oroina, o fogo universal é sua matéria de origem que resfriada pelas águas de Olokun formaram estas grandes pedras de granito, Oke.

Neste contesto Oloke conduz os quatro elementos primordiais da natureza. O fogo por ser a lava vulcânica, a água da qual ele dependeu para que resfriasse e se tornasse uma montanha de granito, a terra que é a lava vulcânica ja resfriada e pode ser pisada e neste ponto ele divide com seu irmão Aganju tal poder e finalmente o ar sem o qual o fogo não é possível. Não pode-se esquecer que lava vulcanica quando contido na terra é Oroina, quando sai da terra é de Oloke, o fogo que caminha com ela é Igbona e quando se torna terra firme é Aganju, exeto estas grandes pedras de granitos que são Oke. Oloke veste branco e sabemos que o branco é o resultado da interação de todas as outras cores. E se a natureza por si só possui todos estes elementos quando o louvamos exclamamos “Epa mole” em respeito aos espíritos da terra.

O Odu Ifa que acompanhou Oloke ao mundo é Ofun meji e o Esu que os acompanhou é chamado de Esu Orangun também chamado de Esu Anan (Wonan)) um Esu muito velho e poderoso que é assentado em pedra serve Oloke, sua filha Efon (Osun) e também Obatala. A Esu Anan deve ser ofertado galos brancos. Este Odu é uma criatura branca complexa assim como este Esu e foi este Odu e este Esu que acompanharam Irunmolé Oloke ao mundo. Epa mole.

Não se pode esquecer que Oloke também é uma criatura branca complexa e sendo assim veste branco e seu rosto não deve ser encarado por nenhum mortal e o orisa também não quer ver os olhos das pessoas pois Oloke não confia nas pessoas e assim reserva-se debaixo de um Ala. Seu “ala” cobre todos os iniciados de Efon.

A iniciação deste orisa na maioria das vezes é feita com o iniciado ainda criança e quando a iniciação é feita para um adulto são necessários alguns cuidados especiais. Não poderá na iniciação faltar Ewe Ose sua folha principal e a arvore Ose será também de grande importância para uma iniciação uma vez que o rito do arbusto que é cheio de detalhes e segredos os quais não poderei revelar neste trabalho por entender que trata-se de algo muito secreto de um orisa que não é do domínio de todos e que por isto deve ser preservado. A oferenda no arbusto dará inicio a feitura mas não contará com a presença do Yawo pois ai esta sendo tratada a matéria de origem de Oloke e neste momento será oferecido um grande animal que cobrirá o ser humano de outrora. Sendo um Orisa tão antigo e que participou do tempo da criação não se pode esquecer das Yami agbagba que serão lembradas e tratadas na mesma arvore e em outras seis. Só então começará a iniciação propriamente dita. Oluwa deverá receber oferendas para que assim se complete as oferendas das Yami Eleye. O poder de Yami foi-lhes dado por Olooke e por este motivo as mulheres, quando do festival Ojokeregede, devem ficar de cabeça baixa e agachadas não podendo olhar para Olooke sob pena de morte e também as Yami Osoronga tem respeito muito grande por este orisa uma vez que só ele pode lhes tirar o poder.

Oloke esta sempre presente nos festivais de Yeye Olokun e de Obatala. Seu toque principal no tambor “D’AGUA” é aguerrido e lembra muito o Aluja tocado para Sango, porém mais cadenciado pois na região Ijesa e Ekiti a dança é muito valorizada pela beleza, e os movimentos tornan-se mais lentos para que possam ser executados com muito mais graça. Ele dança também o ritmo Ijesa, isto tanto na África quanto no Brasil.

No festival de Oloke em todo Ekiti-ijesa, na semana que antecede o festival o Egun de Oloke é quem sai a rua para dançar. Na semana seguinte é o festival do Orisa reúne grande numero de fieis e em alguns ritos é proibido a presença de mulheres e crianças, pois, as mulheres não podem sequer tocar no igba do orisa , são consideradas escravas de Oloke e podem apenas cantar para ele e neste momento quem devem cantar são apenas as mulheres. As mulheres podem também serem iniciadas para Oloke porem não podem por a mão no próprio assento de seu orisa tendo que imediatamente ser confirmado um homem que fará as funções.

No terreiro do Oloroke de Paulo de Efon todos estes fundamentos são observados menos a dança de Egun, pois neste asé, faz-se um oro ao egun de Oloke uma semana antes do festival anual do orisa e é o festival mais esperado de todo o ano litúrgico da casa onde Oloke, um dos mais antigos orisa da terra, abençoa todos os seus filhos e lhes dá proteção e abundancia por todo o ano.

Quanto ao tabu de mulheres por a mão no Igba do Orisa , não se deve faze-lo para que o orisa não perca suas forças e condene a mulher que assim agir.

Oloke não pode ter seu rosto visto pelas pessoas e ele também não quer ver as pessoas para não ter que castiga-las pois o orisa é muito justiceiro e todos podem mentir mas os olhos falam a verdade e sendo assim Oloke não confia em quem quer que seja por isto não olha para ninguém.

Um orisa acompanha muito Oloke ao ponto de levar em seu nome o nome do orisa é ele Ogun Oloke ou Ogun Oke pouco conhecido no Brasil. Este Ogun viveu em Ori-Oke ao lado de Oloke e é que da caminhos a Oloke. Isto pode ser confirmado em um Itan do Odu Ogunda:-

Os vários orisa, como é dito

Cada um tem as áreas especiais onde habitam

Ogun é o deus do ferro, da guerra e dos viajantes

Foi ogun quem usou um facão para abrir o caminho quando os orisa estavam vido do Orun para este mundo.

Por isto, é acreditado, que os orisa o respeitam.

Mas ogun é muito agressivo para uma vida povoada.

Então ele foi para o topo de uma colina

Onde ele foi em busca de caça, farra, guerra e exploração.

Na montanha ogun conheceu Olooke, o dono da montanha,

e os dois caçavam juntos até que ele se cansou.

Quando ele decidiu voltar para a cidade de ile Ifé

Era difícil para ele adquirir uma casa para morar

Porque a face dele era terrível

Olooke acompanhou Ogun para maior desespero das pessoas.



OJO TI OGUN NTI ORI-OKE SOKALE

ASO INA L’O MU B’ORA

EWU EJE L’O WO



O dia em que Ogun estava descendo da colina

A face dele estava como fogo

E ele estava vestido em sangue

Ogun é chamado para clemências de jornada

Para caça abundante

E para se ter vitória em uma guerra

É Ogun o responsável pelas marcas faciais

Os outros orisa

Tem que respeitar Ogun.Olooke.

Neste Itan podemos ver que Ogun foi quem abriu os caminhos para Olooke vir para as terras baixas e participar do convívio das pessoas.



ADURA OLOOKE


Ah,olooke se eyi o

eniyan ko o

ise eleduwa ni

ko se ba

mo ji gini,mo rin gini

mo rin gini gini wo ja

mo ba awon agbagba meta

agbagba meta to ti Ile-ife bo

mo ni bawo ni won se n se nibi

wo ni ire ni ko je temi

beeri mi ke yo mo mi

sese lo omode yo mo eye

mo di odindin mo wo lo mo.

Omi dudu

Omi dudu

omi dudu fo ju jo aro

o fi oju jo aro

ko le ran aso

ko le ran aso

ko le ran awo

ko le fi ipa ran ebi awa]

Momori bale

Baba mi

Mon maa kare oke lere

Baba mi

Mon maa kare oke lere

Omo Olooke a to bo ro ré

Baba mi

Mon maa kare oke lere

Baba mi

Mon maa kare oke lere

Mo fi ori bale

fun baba Oke

Oloroke

fun baba Oke

Oloroke




ORIKI OLOOKE

Òkè ládéokín ajíbíse

Òkè gbogbo è lomo

Dúdú n kóóró

A ní nla ìfun àjànàkú

A wá láyá ijá korikori

Òkú erin ti í ba àràbà lérú

Òkè ládéokín a bi aso kolà

Òkè ládéokín eléwú mònà mònà

Ayibíowú omo lájogun

Òkè kéé kèè kéé

Ni yíkè yíkè i yí

Ta ní lè yí sóbí

Ta ní lè yí Elegbaa

Ta ní lè yí Tèngbá

Ajíbíse Òkè baba Siè

Egbe akankú e jòwó

E má je kí Olooke o re òwu

Olooke ti ó re òwu kò dé

Olooke ti ó re òwu kò bò

E bá mi gbé omo Olooke

Lantí Lantì

Òkè kò ní ilé tíè lótò

Ìdí Obàtálá ní í gbé

Òkè ládéokín eléwú mònà mònà

Jojololá Ajíbíse

Òkè gbogbo è lomo
Ver mais